A comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se for necessário – tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Os evangelizadores contraem assim o «cheiro das ovelhas», e estas escutam a sua voz. (cf. Evangelii Gaudium, 24)
Afinal, o que é Mwizi?
Mwizi é o nome de uma das regiões do município de Mbarara em Uganda, rodeada por colinas. É uma vila e o nome Mwizi, no dialeto local, significa “que não tem água”. E não tem mesmo! Não pelo menos dessa que chega às nossas casas, através de canos. Toda água usada é coletada quando chove, em caixas-d’água, tanques ou cisternas. Lugar de difícil acesso, a estrada que leva à localidade é de chão batido e muito íngreme.
O lugarejo é situado no topo de uma montanha, que fica à uma hora e meia do centro da cidade, realizando o percurso a carro. Neste tempo de missão aqui em Uganda, Mwizi é o lugar em Uganda aonde Deus nos chamou e onde Ele prefere se manifestar a nós, no outro. É onde realizamos toda ação missionária de evangelização, educação e saúde.
Depois de algum tempo morando longe, sempre em idas e vindas, finalmente vamos viver na vila. Já fechamos o contrato de uma casa, que foi alugada por um ano. É o que podemos fazer por agora! Vamos, finalmente, estar no lugar que Deus nos mandou estar! E onde o coração está!
Podemos assim viver plenamente o chamado do Papa Francisco a toda Igreja:
“A Igreja «em saída» é a comunidade de discípulos missionários que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam. A comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor e, por isso, ela sabe ir ao encontro. Como consequência, sabe «envolver-se». Com obras e gestos, a comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se for necessário – até à humilhação e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Os evangelizadores contraem assim o «cheiro das ovelhas», e estas escutam a sua voz. Em seguida, a comunidade evangelizadora dispõe-se a «acompanhar». Acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados que sejam. Fiel ao dom do Senhor sabe também «frutificar». A comunidade evangelizadora mantém-se atenta aos frutos, porque o Senhor a quer fecundar. Cuida do trigo e não perde a paz por causa do joio. O discípulo sabe oferecer a vida inteira e jogá-la até ao martírio como testemunho de Jesus Cristo. Por fim, a comunidade evangelizadora jubilosa sabe sempre «festejar»: celebra e festeja cada pequena vitória, cada passo em frente na evangelização”. (cf. Evangelii gaudium, 24)